Quando se fala em autocura na umbanda, não pensamos diretamente na cura das doenças do corpo, mas na cura das causas das doenças que estão em realidade na essência do ser. Ali estão fincadas as raízes de todas as doenças do pensamento, do sentimento e do corpo, que consomem o indivíduo através de três venenos: a ignorância o ódio e o apego.

Para alcançar a autocura o discípulo precisa penetrar na sua própria essência, descobrir-se como ser espiritual eterno, imaterial, vazio de qualquer condição de tempo-espaço ou energia-massa.

Ao mesmo tempo deve aprender como o espírito imanifesto, vazio em essência manifestou-se no mundo material no universo astral agregando sobre si condensações de energia que constituíram seus veículos dimensionais, os setes corpos. Perceberá então que a energia que forma o universo é diferenciada em sete faixas vibratórias que se expressam no organismo sutil como sete centros de iluminação que o conectam com o cosmos e com seu genitor divino fazendo circular a energia no incessante ciclo da vida e coordenando as funções orgânicas no plano denso. Sobre esses fundamentos, podemos compreender que os sete centros de iluminação estão relacionados a setessência da matéria e deveriam estar em conexão com os Sete Arashas e seus poderes volitivos. O distúrbio de função dos centros de iluminação é sinônimo de doenças pois pressupõe baixas vibrações e perda da conexão com a suprema consciência una e com o universo. A autocura de umbanda busca fazer a canalização com o poder volitivo dos Arashas supremos curadores do mundo, senhores da luz e da criação para reestabelecer a atividade normal dos centros de iluminação que voltarão a vibrar em consonância com o universo e pelo processo de identificação devolverão a condição de não dualidade em relação ao cosmos e a essência una. Por isso em nossos ritos louvamos os sete Arashas Oshala Ogun, Oshossi, Shango, Yorimá, Yori e Yemanjá através de seus nomes sagrados e vibrados em Mantras Yantras e Tantras como caminho para o reencontro da essência